Terceiro trecho de Red Zone

Ei, pessoal!
Pra não deixar as coisas muito paradas aqui no blog, decidi publicar um novo trecho de Red Zone como um presente de Natal (atrasado) rsrs. Este pedacinho é continuação do primeiro trecho lançado, e quem quiser dar uma relidinha só pra recapitular as coisas, aqui está o post: 
Vocês devem ter notado que já foram apresentados a dois diferentes personagens: Conrad e Dale. É porque o livro é ambientado em várias partes dos Estados Unidos, que foi de repente tomado por esta infecção misteriosa. Temos 15 estados diferentes que são visitados durante a narrativa, 7 principais narradores e intrigas que envolvem cada um, que serão ligadas ao fim de cada volume!
Então aqui vai, com mais uma personagem diferente...

Vivien

                -Então, vai me dizer quem é você?
                Vivien virou o pescoço, e no mesmo instante seu ombro foi atacado por uma dor lancinante, no lugar onde a batida do abajur tinha errado a cabeça do morto-vivo.
                -Eu acho que nós não saímos por aí dizendo nossos nomes para pessoas que te atacam com abajures Tiffany originais no ombro. – Respondeu, levando a mão ao ferimento, que não sangrava mais, mas ainda estava roxo.
                -Eu já me desculpei, tipo, um milhão de vezes. – O garoto retrucou, revirando os olhos. – Deixe-me ver como está.
                Ele ergueu-se em seus pés e aproximou-se do outro lado do sofá, abaixando um pouco a blusa imunda de Vivien para examinar o estrago. Seu cenho franziu-se, o que deixou-o com um estranho e engraçado ar pensativo. Vivien riu.
                -O que foi? – Perguntou ele, surpreso. – Somos atacados por malucos que parecem ter saído direto de um dos filmes de George A. Romero, eu quase te decepo com um abajur velho, colocamos fogo em metade da cabana, e tudo o que você faz é rir?
                -Não é isso, bundão. É sua cara. – Vivien retrucou, dando um tapa na mão dele, que já se esticava para tocar a área roxa de sua pele exposta.
                -O que têm minha cara?
                -Deixa pra lá. – Ela disse, erguendo-se do sofá e observando os arredores. Ou o resto dos arredores. – Temos muito a limpar, não acha? E de qualquer forma, não acho que poderemos ficar aqui muito tempo.
                -Acha que eles podem voltar? – O garoto ergueu-se do sofá, repentinamente alarmado.
                -Se algo estiver vivo, eles voltam. – Vivien disse, encarando o garoto. O garoto. – E falando em troca de nomes, você ainda não me disse o seu.
                O garoto cruza os braços e cai de volta no sofá, olhando-a desafiadoramente agora.
                -Que tal se dissermos os nomes de uma só vez? – Ele sugeriu, um ar brincalhão no castanho olhar.
                -E seu eu não ouvir o seu nome e você não ouvir o meu? – Vivien respondeu, colocando uma das mãos na cintura e logo a retirando. Era o braço do ombro ferido. De repente, algo surgiu em sua mente, e de repente seu coração saltou. – Tire a roupa! Agora!
                -O quê? – O garoto riu, um ar completamente confuso no rosto.
                Vivien começou a despir-se, não importando-se se ele a olhava ou não. Outras coisas eram mais importantes que o pudor entre ambos os sexos. Arrancou blusa e sutiã todos de uma só vez, e atirou-os no chão, abrindo o zíper do jeans e amontoando-o ali também. Dirigiu-se a um espelho próximo e analisou o corpo, deslizando os dedos por todas as partes possíveis.
                -Ficou maluca? – O garoto perguntou, a voz vacilante e, pelo que Vivien podia ver pelo espelho, os olhos dele não saíam de seu corpo desnudo. – O-o que está fazendo?
                -Checando se há mordidas. – Ela respondeu simplesmente, como se fosse algo casual.
                -E-eu acho que se eles tivessem te mordido você teria sentido, não é? – O garoto perguntou, e Vivien sentiu uma imensa vontade de estapeá-lo. Ele realmente não sabia nada.
                Respirando fundo, de alguma forma encontrou a calma e respondeu:
                -Você não sente quando eles te mordem. – Tocou a parte de trás das coxas, examinando cada centímetro. – Algum tipo de endorfina maluca é jogada na sua corrente sanguínea e você fica imune a dores físicas. E, após algum tempo, a marca de mordida some. Mas o vírus continua agindo. Você passa a ficar doente, maluco. Depois, além de não sentir absolutamente nada, assim como eles, sequer um simples toque de outro, começa a morrer. Lentamente. E a dor não é na pele.
                Vivien vira-se, não importando-se também em cobrir os seios, e eles, mesmo pequenos, balançam-se violentamente com o movimento.
                -É no coração. Porque o sangue não está mais sendo bombeado. – Vivien aproxima-se do garoto, que de alguma forma deixa de olhar seu corpo e a encara, sério, no rosto. – Os órgãos morrem. Você deixa de ouvir. Suas órbitas ficam brancas e você deixa de enxergar. Sua pele começa a descascar. E, quando você menos espera, percebe que não há mais nenhum sentido em seu corpo, em viver, a não ser o cheiro. O cheiro de sangue por todo lugar. Você é guiado por seu nariz, vira um ser irracional, não humano. Você se torna um deles. Morto. Vivo. Uma aberração da natureza. Um monstro.
                O garoto engole em seco.
                -Vai me dizer o seu nome? – Vivien pergunta.
                -Conrad Compton.
                -Prazer, Conrad Compton. Meu nome é Vivien. Só Vivien. E agora? Vai tirar a roupa ou não?

Os capítulos não têm números, apenas as nomeações dos personagens... E este não é um capítulo completo, apenas um trecho. E sinto dizer que estou preso na página 226!! Escritores como eu claramente sabem da raiva que você sente quando abre o Word pra continuar sua história, mas só fica olhando para a tela por umas duas horas sem escrever nada, e depois começa a ouvir música e não volta para o trabalho de jeito nenhum! Então, eu fui atacado pelo famoso Bloqueio Literário agora. Resta saber quando as coisas voltarão ao normal... Ai ai.


...c u soon,
vdc

5 comentários:

Anônimo disse...

Sexy, doentio, assombroso, misterioso, sobrenatural. Não preciso nem mesmo reafirmar que estou adorando. Simplesmente envolvente.
Sobre o bloqueio, sei que é algo bem passageiro. Tenho completa certeza de que de onde veio isso (o trecho postado) tem muito mais a ser libertado através da escrita...
Esperando ansiosamente mais um trechinho da obra tipicamente "VDCina" rs
bjs
Ana

Stefanie Holz disse...

Queriiiido.. Amei *---* Sério mesmo..
Esperando ansiosamente por mais..
Desculpe não ter vindo antes... Sem net em casa... =/
Beijinhos ♥

Anônimo disse...

Ok, relendo o trecho, continuo amando o conteúdo e a maneira como foi escrito. Mas tinha passado despercebido, durante minha leitura anterior, um ponto que, agora, está me incomodando um bocado.
Não me leve a mal. Adoro cada parágrafo! Mas o cenário no qual a história é ambientada não é do meu total agrado. Estados Unidos? Como assim?
Não querendo passar por intrometida, mas já sendo rs, não entendo o porquê dessa escolha. Afinal, você não passa de cidadão brasileiro que, como um bom patriota, deveria honrar a pátria (meio melodramático de mais... kkk). Não digo que devemos agir com repulsa perante os Eua, mas valorizar nosso Brasilzinho não seria nada mal.
Quando surge um novo escritor brasileiro me animo, já que rezo pelo ressurgimento da literatura brasileira (que acredito ter entrado em decadência após Machado de Assis). Mas, mais que isso, gosto de livros nacionais pois a história se adequa com a minha realidade. A diferença entre o cotidiano nosso e americano é estonteante. E, sim, leio livros americanos, mas não ficaria nada triste se passasse a ler apenas livros brasileiros, no qual entendo e assimilo melhor hábitos dos personagens que dão uma engrenada no enredo e até influenciam nossa opinião sobre a obra. O problema é que simplesmente não há livros brasileiro!!! Meu refúgio, cada vez mais, se torna "americanizado".
Honestamente, eu acredito na sua história. Eu boto fé na sua escrita e, provavelmente, em seu futuro sucesso. Uma revolução cultural poderia desencadear-se (exagerando aqui, mas tudo bem) com o surgimento de livros nacionais atuais de boa qualidade. Mas o que isso adianta se a única coisa brasileira no seu livro, seria seu nome na capa. Afinal, o livro inteiro possui nomes americanos, ambientes americanos, datas comemorativas americanas, e isso é porque li apenas trechos. Acredito que até o público-alvo é americano!
Adoro sua história, mas AMARIA se os cenários fossem as terras brasileiras. Nosso território é tão grande e diversamente rico que poderia ser palco de grandes batalhas, aventuras, mortes ou qualquer coisa que você esteja planejando.
Fica aqui meu comentário.
Sucesso!
Ana

Vinícius D. Costa disse...

Kkkkkkk! Ana, você devia ganhar um prêmio de Top Comentarista, sério! E sobre a questão de um livro ambientado no Brasil, já tenho um pronto! Porque não pergunta à Marina (Prof. Port) sobre ele? Bjuss...

Anônimo disse...

XD kkk's
Sobre o prêmio eu humildemente aceito. Brincadeira. Mas o fato é que eu realmente amo comentar, em especial aqui, blog que por sua vez já está na minha lista de favoritos. Meu compromisso diário rs.
Esse livro que você diz ser ambientado no Brasil é, por acaso, algum da série Our World ou outro independente?
Não importa! Quero ler um trecho dele de qualquer jeito! (por favor, por favor, libera um little trecho aí pra gente? *-*)rs
bjssss
Ana