Novo trecho de Red Zone

DALE
Fogos de artifício explodiam no céu enquanto Dale fazia o percurso de volta ao embolorado cais. De início, pensou que era apenas outra pobre alma isolada clamando por ajuda, mas, quando eles não pararam, passou a estranhar o fato. Quase como um reflexo, apertou a arma calibre 22 que trazia em mãos contra o corpo, sentindo-se, de alguma forma, seguro com isso.
Não importava. O que quer que aqueles fogos significassem, ele tinha de voltar para perto de Sarah. Mas não pôde impedir a mente de vaguear para a última vez que vira um daqueles. Fora no 4 de julho? Sim, fora no 4 julho! As cores explodiam entre as nuvens, manchando o azul nevoento do céu matinal em tons de azul, vermelho e verde, e uma dezena de outros dos quais coloração não se lembrava, de tão magníficos que pareciam, vistos daqui, de longe.



E isso fora quando? Quando Dale tinha quatro, cinco anos? Quando Sarah ainda era uma semente na barriga da mãe, Elyse? Quando na verdade o mundo ainda não tinha se transformado em um terrível e gigantesco monstro, prestes a engoli-los a qualquer momento com suas garras penetrantes e olhos brancos e leitosos, mortos, sem qualquer compaixão?



Ouviu um barulho atrás de si.



Virou-se a tempo de ver um deles caminhar lentamente em sua direção. Não era um dos piores. Na verdade, outras pessoas já deviam ter feito a maior parte do trabalho. Um dos lados da cabeça do morto-vivo era inexistente, claramente vítima das balas de outro qualquer, e ele arrastava-se pelo chão, uma das pernas quebradas, um olhar de desejo e fome no rosto, as mãos estendidas para a frente na direção de Dale enquanto ele avançava.



Dale não tinha medo. Aquele era um dos fracos. Um dos que não corriam ou saltavam na direção do seu almoço.



-Desculpe, amigão. – Disse, quase com pena da criatura. Baba escorria por seu rosto podre e muito branco, característico de alguém que ficou emerso na terra durante muito tempo. – É apenas o jeito que as coisas são.



Empunhou a arma e sentiu o coice da mesma quando a saraivada de balas fez o pente ficar vazio. É, ainda tinha isso. As coisinhas podiam parecer frágeis e quebradiças, mas, na verdade, requeriam grande empenho para serem mortas. De novo. Tiros na região da cabeça e do peito geralmente adiantavam as coisas, mas você não pensa em mirar locais estratégicos quando está cercado por um monte deles, todos gemendo apenas para penetrar os podres e amarelos dentes ensanguentados em sua carne, ansiosos para o expremerem até que a última gota de sangue seja derramada, como se retira o sumo de uma fruta.



Você apenas atira.



E foi o que Dale fez. O primeiro tiro acertou a criatura no ombro, e fez eco com outro fogo de artifício soltado no sol de fim de tarde. Ele morreu na terceira tentativa, com uma saraivada de balas certeira na direção do pescoço que decapitou-o. Não teria decapitado qualquer pessoa normal, mas o homem não era uma pessoal normal, porque pessoas normais não tinham órgãos putrefados por dentro e nenhum sangue correndo na veia e ainda andavam, meio vivos e meio mortos.



Virou-se para sair dali, apressando-se mais ainda. Onde havia um, com certeza haviam mais. E já deixara o barco ancorado no cais de Santa Monica tempo demais. Tinham de zarpar. A situação não estava melhorando aqui. Mais carniças chegavam todo dia. Era o carinhoso apelido que ele e Sarah deram às criaturas. “Morto-vivo” era uma nomeação que os deixava mais humanos, e isso era o que mais estava em falta em seus corações enegrecidos e vazios.



Humanidade.



Algo que sequer Dale reconhecia nos dias de hoje.



Os fogos de artifício não paravam de eclodir no céu, e isso já estava deixando-o incomodado. Quem quer que fosse, estava fazendo muito alarde. Certamente estaria cercado de mortos-vivos pelo cair da noite. Que se foda, Dale pensou, chegando finalmente ao cais, Quem quer que seja, não é nada para mim e sua morte não significará absolutamente nada.



Era o que Dale queria pensar. Mas, sim, significava alguma coisa. Era mais um para eles e menos um para os vivos. É, por que ainda tinha isso. Agora se você morria, acordava como um deles.


Ficou grandinho por causa dos espaços... Copiei e colei direto do Word 2007, e não têm como tirar esses intervalos gigantes aí!! Já estou na página 207, e este é apenas um trecho do capítulo 1, mas estou longe, bem longe de acabar. São previstas quase 700 PÁGINAS (56 capítulos)!!! E estou fazendo com uma letra miudinha pra ver se não diminui essa estimativa, mas acho que vai ficar em torno disso, mesmo!! Quando acabar, prometo postar o livro completo! O que deve ser em torno de 2012, 2013, rsrs...
Ah, já ia me esquecendo... A série é composta por:


Série Our World
Zona Vermelha Red Zone (+/- 700 páginas)
Mortos do Inverno Winter's Dead (+/- 500 páginas)
Natureza Humana Human Nature (+/- 700 páginas)
Renascido Reborn (Não estabelecido)
O Dia Em Que o Sol Não Nasceu The Day The Sun Didn't Rise (+/- 500 páginas)

Vocês devem ter estranhado esta previsão de páginas, mas é porque eu já tenho cada capítulo esboçado, já planejei o que vai acontecer e como terminará. É só uma mania que eu tenho... Mas as coisas podem mudar!! Então... Atentos ao Meus Livros!! E sobre o Weekend's Music Hot Airplay, não foi postada uma nova versão esta semana por falta de vergonha na cara mesmo divergências cotidianas. Mas esta semana volta ao normal! Não deixem de comentar e digam o que acharam!

...c u soon
vdc
postagem temporária

9 comentários:

Anônimo disse...

Fala Sério!!!! Você está escrevendo uma série de livros!?! Que coragem!
Vindo de você, aposto que podemos esperar um enredo repleto de suicídios, assassinatos e casos de incesto... só pra não falar pior (rs)
Ana

Vinícius D. Costa disse...

Não é que você ACABOU de ler minha mente? Rsrs. Brincadeira!! Desta vez vou pegar leve, prometo...

Anônimo disse...

kkkkkk
Um dose de histórias macabras e situações doentias não fazem mal à niguém, afinal.
Whatever, já estou doida pra ler o livro. Você escreve bem pacas!
Ana

simone disse...

realmente sua gramática esta boa,mas vc ñ é humilde,integro e eclético!
vc ñ respeita o portuquês coloquial???
bjs.

Vinícius D. Costa disse...

Ana, obrigado (de novo)!
Simone, se sua crítica sobre eu não ser "humilde" está relacionada às "sugestões" feitas por mim no blog ebooksdaanne.blogspot.com, tudo que posso dizer é que sinto muito! Não por meus comentários, não. Você até vê: eu não postei como anônimo. Eu assumo minhas consequências, ao contrário de muitos por aí que não o fazem, mas alguém TINHA de fazer aquela garota encarar a realidade, antes que ela quebrasse a cara lá na frente!! Não quis dizer para a mesma parar de ler, não mesmo! Mas me irrita pessoas que se aventuram pelas terras frias e vampíricas de Forks, dão uma rápida lidinha nos livros de Jeannine Frost, passam os olhos por "Academia de Vampiros" da Richelle Mead e se acham na autoridade de escrever alguma coisa com nexo, sem consciência de que o que quer que seja que estão redigindo é só MAIS uma cópia barata de tantos outros livros de vampiro espalhados por aí! E os erros gramaticais só pioram tudo! Não vi minhas críticas como algo ruim, mas sim algo que AJUDARÁ esta garota, a Anne, a crescer. Veja o meu lado: todos que comentam no blog da dita cuja APLAUDEM suas escritas. Ok, há menções de críticas aos erros grotescos aqui e acolá, mas do tipo: "ei, flor, muito bom mesmo seu livro, até chorei, mas só há uns ERRITOS (erritos!!!) aqui e ali, de resto, está tudo bem!!!". Eu só mandei a real. Tive de colocar a moral dela pra baixo pra ver se ela desperta para alguma coisa!]
Beijo, Simone...
Sei que você é afiliada do My Favorite E-Books, e eu não quero criar uma guerra entre blogs nem nada, mas eu não tolerarei ser julgado por pessoas que VÊEM a garota cometendo essas barbaridades, riem consigo mesmas (mas ficam caladas), e não movem um dedo para REALMENTE encará-la e dizer: "Ei, Anne, você errou AQUI e AQUI. Seu texto não é lá muito criativo e a desenvoltura é péssima e confusa!".
Eu fui o ÚNICO que fiz isso, e não me arrependo ou tenho vergonha de assumir!
C U Soon...
VDC

Vinícius D. Costa disse...

E querida, livros são redigidos sob as normas cultas (exceto falas ou pensamentos), e alguém devia lembrar sua amiga Anne disso! Ou, melhor, ensiná-la. Beijo...

Anônimo disse...

Português coloquial? Como assim? Acho que o público-alvo da história (YA) está pouco acostumado com um vocabulário um pouco mais elaborado, uma vez que só nos aparecem livros "água-com-açúcar". Às vezes, tento encontrar suporte em clássicos, que mesmo com histórias chatas (a maioria, ok?) têm um vocabulário rico e que me acrescenta algo. Acho ótimo a ideia de incorporar um palavreado mais "avançado" a uma história envolvente ao jovem. Sinto que é isso que nos falta muitas vezes! Tanto faz...
Não entendo o porquê da crítica causar tanta polêmica. Não há nada de falso nas palavras de VDC. A escrita dessa "autora" está praticamente inaceitável, mas ao que parece ninguém liga para isso. Ou mesmo não percebem, afinal os próprio comentários das seguidoras abrigam erros grotescos!
Acho que já é hora de cair na real, né!
Ana

Alice_ e Josy disse...

Oi VDC
Amei o trecho do seu livro, na verdade nem sabia que você estava escrevendo um! Achei que o vocabulário está apropriado e rico. Ansiosa por mais :) espero que já esteja tudo bem entre você e a Anne. Não vi a vossa discussão mas parece que não correu bem :/ a escrita dela pode não ser profissional ou totalmente correta mas isso é normal, ela não é escritora, é apenas uma adolescente. As pessoas aprendem com os seus erros, lhe dê tempo e ela aprenderá com os seus erros sozinha.

• http://malucosdaleitura.blogspot.com/
♡ xoxo

Lilo disse...

Oiee como vai? Indiferente aos comentários aqui em cima... rsrs
Seu texto realmente é muito bom. Andei vendo que depois de vampiros e anjos, é provável que os mortos que ressurgem das tumbas sejam um bom estilo literário que particularmente foge ao tão esperado feijão com arroz vampiresco e angelical. Acho ótimo! A verdade é que apesar de escrever um livro sobre vampiros - eu sempre adorei coisas do gênero, e já li acho que todos os mais clássicos (clássicos de verdade)- admito que histórias do tipo já estão chegando na borda do copo. Se é que vc entende. Seu texto é bem escrito e interessante, gosto dessa pegada mais terror, menos adocicada. Sucesso e vamos trocando figurinhas. Gosto de manter contato com pessoas com o senso crítico como o seu. Se possível nos falamos por e-mail.
Feliz Ano Novo e muito sucesso.
Bjos
Lilo
Redenção