George R. R. Martin - A Tormenta de Espadas (As Crônicas de Gelo e Fogo #3)


A Tormenta de EspadasTítulo: A Tormenta de Espadas
Autor(a): George R. R. Martin
Editora: LeYa
Gênero: Fantasia
Nº de Páginas: 884
Ano: 2011
Avaliação:  
A tormenta de espadas, o terceiro livro da série de George R. R. Martin, onde os Sete Reinos já sentem o rigoroso inverno que chega, mas as batalhas parecem estar mais cruéis e impiedosas. Enquanto os Sete Reinos estremecem com a chegada dos temíveis selvagens pela Muralha, numa maré interminável de homens, gigantes e terríveis bestas, Jon Snow, o Bastardo de Winterfell, que se encontra entre eles, divide-se entre sua consciência e o papel que é forçado a desempenhar. Robb Stark, o Jovem Lobo, vence todas as suas batalhas, mas será que ele conseguirá vencer os desafios que não se resolvem apenas com a espada? Arya continua a caminho de Correrrio, mas mesmo alguém tão desembaraçado como ela terá grande dificuldade em ultrapassar os obstáculos que se aproximam. Na corte de Joffrey, em Porto Real, Tyrion luta pela vida, depois de ter sido gravemente ferido na Batalha da Água Negra; e Sansa, livre do compromisso com o homem que agora ocupa o Trono de Ferro, precisa lidar com as consequências de ser a segunda na linha de sucessão de Winterfell, uma vez que Bran e Rickon estariam mortos. No Leste, Daenerys Targaryen navega em direção às terras da sua infância, mas antes ela precisará aportar às desprezíveis cidades dos escravagistas. Mas a menina indefesa agora é uma mulher poderosa. Quem sabe quanto tempo falta para se transformar em uma conquistadora impiedosa? 

Finalizei nos últimos dias a leitura de A Tormenta de Espadas, terceiro volume da série As Crônicas de Gelo e Fogo, e... São tantas coisas a falar a respeito da obra, que vou apenas me deixar guiar pelo espírito crítico e ver no que dá!! Ok, vamos lá...
Westeros sangra.
A batalha dos reis parece estar chegando ao fim, mas uma ainda maior está prestes a começar... Nossos queridos personagens que nos foram introduzidos desde A Guerra dos Tronos continuam separados, construindo seus caminhos através da destruição da guerra e da distância dos familiares, mas mais decididos a seguirem seu destino que nunca. Os selvagens ameaçam derrubar a Muralha, e Jon Snow parece ser a única chance dos Patrulheiros da Noite de impedi-los. Do outro lado do mundo, Daenerys Targaryen e seus dragões preparam-se para fazer chover fogo sobre Westeros e reclamar o que é seu por direito, e lhe foi roubado pelo Usurpador: o Trono de Ferro. Interessantemente começado e eclodido por um amor proibido, o jogo dos tronos está próximo de seu desfecho. Quem ganhará esta incessante batalha? O filho do incesto, Joffrey? Robb Stark, que busca vingança pelo assassinato do pai, injustamente acusado de traição? Stannis Baratheon? Balon Greyjoy?... Ou Daenerys Targaryen?
Uma palavra a respeito da obra: traumatizante.
Porque quando os personagens se tornam meramente irrelevantes na história (até mesmo protagonistas da linha frontal), Martin passa todos na espada. Não foi diferente aqui, e provavelmente não será nos próximos volumes. Só queria alertar ao autor para ter cuidado e... Não irritar muito os leitores. Algumas mortes podemos agüentar, mas outras... Quase desisti deste livro por uma em especial. Fiquei tão abalado com o fim horrendo e desnecessário de um personagem (querido meu e claramente da maioria dos fãs), que sequer dormi direito à noite por uns bons dias. Mas, de qualquer forma, as perdas incontáveis do time dos mocinhos é compensada pela caída de alguns vilões poderosos, que nos atormentavam desde A Guerra dos Tronos. E, ironicamente, apesar de estar odiando Martin no momento por tornar sua história mais bárbara que nunca, achei este terceiro volume o melhor dos que já li. Há mais enredos a serem tecidos, mais romance, mais traições e consequentes provações, mais mortes, mais batalhas, mais magia. Agora a história não se resume apenas à batalhas nada cordiais entre reis. Tudo foi elevado a um nível sobrenatural. A clássica luta do Bem contra o Mal, mas desta vez inserida nos cruéis conceitos d’As Crônicas de Gelo e Fogo. Após três volumes, aprendi que não adianta torcer para seu personagem.
À medida que ele cumprir sua tarefa e o autor perceber que este já não têm mais utilidade para continuar a narrativa, ele o descartará, e da maneira mais fria possível. Disse anteriormente que me tornara imune às surpresas da narrativa... Bem... Martin conseguiu derrubar esta minha barreira. De novo. Além de me deixar com turbilhões de pensamentos revoltosos na cabeça desta vez. Não por causa da inconformidade com alguns acontecimentos, mas devido a um olhar mais amplo sobre o time vilão. Acabei encontrando ali pessoas... Talvez de boa índole não seja bem a expressão correta... Pessoas lutadoras. Mesmo vilões, amam, odeiam, xingam, gritam, enfim... Também são humanos. Não frios como a maioria dos vilões das outras histórias. E aí percebi outro ponto. Não há “vilões” ou “mocinhos” aqui. Apenas dois grupos em busca de um único objetivo. Sendo assim, não é possível classificar um como o mal, e outro como o bonzinho. Os grupos só querem proteger a si mesmos e às suas famílias. Não há nada de vil nisso. Embora eu ainda prefira o clã Stark
E assim, mesmo devastado com o desfecho avassalador deste volume, espero ter uma oportunidade de ler O Festim dos Corvos, quarto livro da série, logo. Já adquiri meu exemplar, mas vou dar uma parada na saga por enquanto, para... O que dizer? Esfriar a cabeça? Absorver as indesejadas mortes e as novas informações concebidas? Não sei. Apenas sei que preciso de um tempo de Westeros e suas barbáries sem fim. Quero meter a cara num romance quentinho e adolescente e me esquecer de que existe a mácula dos finais infelizes no mundo literário, à espreita, sempre prontos para morder o leitor e fazê-lo desacreditar em tudo que veio a crer desde o começo...
Incrivelmente, ainda consigo avaliar A Tormenta de Espadas em cinco estrelas.
Me chocou? Sim. E muito. Tanto que ainda estou tento problemas com relação aos sonhos. Sem exageros. Mas é ruim? Bem... Digo e repito: não se aventure a ler esta série se não têm um intelecto forte e preparado para qualquer coisa, QUALQUER COISA MESMO, que possa acontecer.