Álbum da Semana #34: 'Electra Heart', de Marina and the Diamonds


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Sei que tinha prometido o AdS em vídeo a partir desta semana, mas por motivos que todos já devem estar cansados de saber, realmente não deu certo e eu acabei largando a ideia por um tempo. Este nem seria o AdS da vez, pra ser sincero!! Na verdade seria Heartbreak On Hold, da britânica Alexandra Burke, mas acabei perdendo toda a graça pra fazer o faixa-a-faixa deste, porque já tinha tentado um milhão de vezes em vídeo e na edição não saía nada. Enfim... Perdoem-me novamente quem esperava um vídeo, mas realmente não deu. =/
Então... Bola pra frente?
Vou falar hoje de Electra Heart, segundo álbum de estúdio (e o único que ouvi, rs), da cantora Marina and the Diamonds, que se vocês não são clientes diários do Vagalume, possivelmente nunca ouviram falar dela. Assumindo que não, Marina debutou e fez muito sucesso no Reino Unido e na Europa uns dois anos atrás com seu álbum The Family Jewels, que de acordo com algumas críticas (não minhas), tem uma sonoridade peculiar e original. Electra Heart era um disco que estavam todos ansiosamente esperando, fãs e também não fãs, principalmente com o lançamento das músicas de pré-divulgação Radioactive e Primadonna.
Depois de Electra Heart, tenho vontade sim de dar uma chance à The Family Jewels, mas acho que isso não acontecerá tão cedo (rs). Vocês sabem... Meu acervo de CD's não ouvidos é quase tão grande quanto o de livros.
Se quiserem saber mais sobre a cantora, é só visitar o site oficial que lá você acha videoclipes, fotos, curiosidades, enfim...
Sem mais delongas, vamos ao álbum em si?
(Esta é a versão britânica do álbum, em que a canção How to Be a Heartbreaker está ausente)

01. Bubblegum Bitch: A faixa que abre o álbum atende pelo nome de Bubblegum Bitch e já foi apontada como uma das prediletas dos fãs e da própria Marina. É uma espécie de introdução pop/rock com um refrão chiclete e letras literalmente doces. Não é perfeita e pode não ter tanto potencial a ponto de ser lançada como single, mas se me perguntassem qual música é a mais divertida e descompromissada do álbum, de cara apontaria Bubblegum Bitch. 4/5

02. Primadonna: Segunda canção e single principal do disco, Primadonna é responsável por dar aos fãs e demais ouvintes um gostinho especial do que é Electra Heart. Com versos explosivos e contagiantes e um refrão que, embora desacelere não faz a música perder pontos (pelo contrário), Primadonna é uma auto-reflexão da personalidade de Marina e suas ambições. Afinal, quem nunca quis sentar-se no topo do mundo e ser adorado? 5/5

03. Lies: Lies dá prosseguida à Electra Heart com sua inclinação às contra-baladas e letra de partir o coração, claramente oriunda de algum relacionamento problemático e repleto de mentiras entre Marina e outra pessoa qualquer. Têm uma beleza nostálgica, única e sem precedentes, e certamente se tornou uma das minhas preferidas. 5/5

04. Homewrecker: Homewrecker é a quarta faixa e seu título praticamente entrega tudo de cara: Destruidora de Lares. Aqui entramos na mente de uma garota que adora partir corações e conhecemos um pouco de seu incomum mundo. Estranho para uma música? Sim. Atraente? Muito. Diria que é a Government Hooker da Marina. Homewrecker pode ter uma sonoridade sombria e letras duras e profundas para garotas que já passaram por esse tipo de situação, mas o ouvinte acaba apaixonando-se por ela de qualquer forma! Mesmo assim o refrão não deixa de me infringir medo em algumas ocasiões, rs 5/5

05. Starring Role: Pode ser Lies reescrita, mas mesmo assim não perde a profundidade ou o impacto que causa no ouvinte. Abandona o ar um tanto nostálgico de sua semelhante e aposta numa batida objetiva (mas calma), e sonoridade remetente às melhores composições de Florence and the Machine. Com relação à letra, vou apenas resumir que é Marina tentando chamar a atenção daquele que ela ama e fazê-lo se abrir com ela. Pode ser melodramática em algumas linhas, mas algumas pessoas certamente irão se identificar com esta! Rsrs... 4/5

06. The State of Dreaming: Todo álbum tem faixas enche-linguiça, e The State of Dreaming facilmente ganha este título em Electra Heart. Mesmo não sendo ruim e com letras pacificamente sentimentais, os arranjos musicais apenas não cativam e se perdem na monotonia de uma sonoridade meio-boca. Geralmente costumo pular quando o álbum está tocando em meu iPod, mas isso não significa que você não irá gostar. 3/5

07. Power & Control: Segundo single oficial e sétima faixa, Power & Control foi aquela da qual menos gostei inicialmente. Achei uma música chatinha e fácil de se esquecer, e só fui prestar mais atenção à mesma quando o maravilhoso videoclipe saiu!! Ainda não é perfeita no meu conceito, principalmente porque só acho graça no refrão, mas também não é de se jogar fora. 3/5

08. Living Dead: Living Dead ganha o ouvinte pelo conhecido método da repetição, aqui usado na palavra dead. Você é enganado pensando que é apenas outra contra-balada como Lies, para ser totalmente arrematado pelo refrão mais viciante e chiclete do álbum! O dead, dead, dead, dead ainda roda na minha cabeça o dia inteirinho!! Rs... 4/5

09. Teen Idle: Teen Idle é uma das coisas mais próximas que você encontrará do gênero balada em Electra Heart. É a clássica história da letra bonitinha e melodia calminha que te domina e relaxa no início, e no fim apenas te deixa entediado. Comigo é assim: tem dia que estou para Teen Idle, e tem dia que simplesmente não. Bem, como hoje Electra Heart foi minha inspiração para Álbum da Semana e Teen Idle não soou desagradável aos meus ouvidos, não leva uma nota ruim! Hehe 4/5

10. Valley of the Dolls: A décima faixa é certamente a mais sistemática e apagada do disco. Valley of the Dolls está tocando e você está pensando em outra coisa. Entenderam o drama? Rsrs... Mas quando eu consigo prestar atenção (com muito esforço, porque até hoje não captei nada de interessante na letra), até que gosto. 3/5

11. Hypocrates: É um título pesado e que te faz pensar que Marina cantará algo furioso e ofensivo, mas Hypocrates, justamente isso, Hipócritas, é a melodia mais doce e sensível do disco! Não chega a ser minha preferida, mas está definitivamente enquadrada na lista das melhores!! 5/5

12. Fear and Loathing: Fear and Loathing é a balada conclusiva da edição Standard, facilmente julgada como "chata" por muitos ouvintes. Até mesmo eu achei a melodia monótona e chata no começo, mas depois acabei encontrando beleza onde não vi antes: os sobrenaturais ruídos de fundo e, claro, a letra. E que bela letra! Conseguiu chegar lá no fundo!! Rsrs... Mesmo assim, acho que Marina podia ter se apressado em concluir a faixa de seis minutos. Há partes apenas instrumentais totalmente desnecessárias. 4/5

13. Radioactive (Faixa bônus): Radioactive dá sequência ao álbum na edição Deluxe, iniciando com uma batida que facilmente me lembra We Found Love, da Rihanna, e eclodindo num refrão tão viciante quanto!! Foi desperdiçada ao ser lançada como um single apenas promocional; ainda acho que Radioactive tem capacidade de dominar os charts musicais ao redor do mundo, e inclusive de ser o primeiro sucesso da Marina nos Estados Unidos! Definitivamente a melhor do disco, mesmo deixada de lado como faixa bônus, e uma música pela qual você rapidamente se apaixonará! 5/5

14. Sex Yeah (Faixa bônus): Pode ser uma dura crítica ao cenário musical atual, em que a sexualidade fala mais alto que o verdadeiro talento, mas mesmo assim Sex Yeah não domina meus ouvidos... Talvez seja questão de refrão fraco ou melodia mediana, mas eu apenas não me identifico muito com esta. 3/5

15. Lonely Hearts Club (Faixa bônus): Lonely Hearts Club nomeia a turnê européia em divulgação do álbum organizada pela Marina e, apesar de ser uma música bem apagadinha às vezes, é um resumo de todos os temas existentes em Electra Heart: decepções amorosas, auto-suficiência e egocentrismo. 3/5

16. Buy the Stars (Faixa bônus): A bela balada Buy the Stars conclui a versão Deluxe do álbum. Pode-se até dizer que é uma versão mais resumida e melhor de Fear and Loathing, mas eu ainda acho que Buy the Stars tem um charme próprio e uma composição única. É uma das minhas preferidas, e poderia facilmente estar, ao lado de Radioactive, na edição Standard. 5/5

No fim, Electra Heart é um divisor de águas.
Teve gente que disse que o The Family Jewels é melhor e que este segundo foi repleto de canções meio-boca e com temas repetidos. Já outros afirmaram que Electra Heart é um dos grandes destaques do cenário musical britânico do ano e a alavanca que ajudou Marina a impulsionar-se para uma posição favorável e estável no topo. Quanto a mim... Eu nunca ouvi The Family Jewels para criticar, mas se dizem que é ainda melhor que Electra Heart, e eu adorei este álbum, só me resta dizer que... Marina and the Diamonds é talento puro. Sem sensualidade descarada. Sem efeitos eletrônicos ou Auto-Tune. Só voz, sentimentos e pura nostalgia. Eu não classificaria Marina como pop, mas sim como Marina and the Diamonds. Porque é um estilo único, e isso não é uma hipérbole!
Pelo visto o cenário musical europeu está realmente mais interessante que o americano...

Fiquem então com o charme inigualável de Primadonna...


E a beleza desértica de Radioactive!