Ernest Cline - Jogador nº 1


Jogador nº 1
Título: Jogador Nº 1
Autor(a): Ernest Cline
Editora: LeYa
Gênero: Distopia
Nº de Páginas: 461
Ano: 2012
Avaliação:  
Skoob
Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade. Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada OASIS. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna. Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em OASIS. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde vai encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época em que o mundo era um bom lugar para viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência. A vida, os perigos, e o amor agora estão mais reais do que nunca. O Jogador nº 1 também estará nas telas pela Warner, e sua produção está sendo divulgada como o próximo AVATAR dos efeitos especiais!

Você é fã da cultura pop dos anos 80? Das bandas? Dos jogos? Dos antigos (mas charmosos) computadores, que mais pareciam caixotes? Dos filmes clássicos? Eu definitivamente sou! E isto foi um ponto marcante durante a leitura do romance de estreia do Ernest Cline! Posso afirmar que sou quase tão obcecado pela cultura geek quanto ele... Com isso, vocês já devem ter previsto a revelação bombástica que estou prestes a fazer!! Decidi sair do armário e afirmar que sou... NERD! Hahaha
Todas os problemas ambientais dos quais os geólogos vivem nos alertando acabam acontecendo em algum ponto, e a Terra torna-se um lugar miserável para se viver. O OASIS, um jogo de imersão virtual, é a válvula de escape para muitas pessoas que querem fugir da triste realidade e viver uma vida cibernética feliz. Wade Watts (ou uma versão literária de mim mesmo, rsrs) é um pré-adolescente que vive neste mundo caótico, e um dos milhões viciados no universo programado por James Halliday. Wade, como muitos outros jogadores, não se relaciona bem com indivíduos 'reais', pois passou mais da metade de sua vida logado a seu avatar, Parzival, um estudante qualquer no planeta Ludus.
O mundo é posto em alvoroço quando Halliday, criador da simulação, falece, deixando para trás um legado bilionário... Que só será acessado pelo avatar que jogar um último jogo: a corrida contra o tempo pelo Easter Egg de Halliday, o objeto que, se encontrado, dará ao vencedor poderes inimagináveis dentro do jogo e, o melhor, bilhões e bilhões de dólares!! Mas a competição não será assim tão fácil... Halliday deixou pistas por todo o OASIS, e só os melhores conseguirão decifrá-las.
O jogo vira a favor de Wade quando ele encontra o Primeiro Portão, um de três que levarão ao almejado ovo. Agora, Wade está a curtos passos de conseguir tudo o que sempre sonhou e de ter uma vida digna. Mas ele não é o único nesta competição... Logo, outros nomes aparecem no placar da Caça, e perseguir um sonho já impossível torna-se uma tarefa mais árdua ainda.
Não é preciso nem ser geek para apreciar a enxurrada de informações cultural dos dourados anos oitenta e, claro, o livro. A maioria das pessoas se identificará com o mundo criado por Cline de uma maneira ou de outra. Quem nunca quis ser capaz de, com o aperto de um único botão, desligar-se do mundo real para viver uma vida paralela, sem as incumbências cotidianas e todos os estressantes problemas? A simulação no livro serve como um espelho de nossa caótica realidade, e não enxergo a existência de um possível 'OASIS' futuro como impossível... Ernest Cline propõem uma profunda reflexão sobre os avanços tecnológicos e o intelecto humano, e tudo sem tornar a coisa cansativa.
Jogador nº 1 é aventura do início ao fim, e é super fácil imaginar a maioria das cenas, uma vez que são inspiradas em filmes, jogos e músicas da década de 1980. Só para constar, devo ter me deparado com todas as relíquias mencionadas ao longo do livro, então estou me sentindo aqui por ser um NERD assumido. Rsrs...
Foi com um grande aperto no peito que me despedi do OASIS e de seus amados avatares quando virei a última página. Porque, como muitos erroneamente pensam, Jogador nº 1 não é uma série. Ou pelo menos não por enquanto... E, até que Cline, nosso Halliday da realidade, anuncie uma sequência, teremos de nos contentar com a longa e torturante espera pela adaptação cinematográfica!