(Review) One Direction consagra-se como a boyband do momento com 'Take Me Home'!

Take Me Home

Quem não conhece ou ao menos nunca ouviu falar do One Direction no último meio ano claramente estava fazendo uma visitinha prolongada à Estação Espacial Internacional, ou mais provavelmente vivendo no Talibã. Então, para você que estava em um lugar ou outro, vou resumir o One Direction como a mais nova fórmula de atração sexual com sotaque britânico entre as mais escandalosas garotas (e até mesmo alguns garotos), que viveram numa seca de boybands após o sumiço dos Jonas Brothers. É o suficiente? Ah, e é preciso dizer que, com apenas um disco de Platina, quatro singles de sucesso lançados e um DVD ao vivo, o quinteto com raízes na Irlanda e no Reino Unido tornou-se, de súbito, a mais grandiosa e importante revelação do mercado musical internacional do ano?
Ok, é bem provável que daqui a uns cinco ou seis anos ninguém sequer lembrará que One Direction um dia sequer existiu, mas vale curtir o som dos caras enquanto ainda é tempo! E, além disso, se os garotos estão se esforçando para mostrar sua relevância, porque não dá-los uma chance?
E então? Bora conferir o que eles nos aprontaram em Take Me Home?

01. Live While We're Young: O primeiro single é aquela farofa pop/rock que você esperaria de uma banda como o One Direction para o verão. Nada tão arriscado, seguindo a mesma fórmula de sucesso que impulsionou os garotos no mercado com What Makes You Beautiful no ano passado, mas também não muito recatado, mostrando um lado mais maturo da banda. B-Side de 5 Colors in Her Hair, do McFly? Se não é, parece muito!

02. Kiss You: A fórmula 'Directioner' se repete em Kiss You, repertório pop/rock radiofônico que se não vai colar nas paradas mundiais ano que vem, ao menos vai fazer barulho no meio Mainstream estadunidense. Devo admitir que o refrão chiclete me pegou desprevenido nesta!

03. Little Things: Ed Sheeran tinha anteriormente composto para o primeiro álbum da banda Moments, uma trágica e injustiçada balada que nem para a edição Standard entrou, e aqui colabora por trás das letras de Little Things, uma cançãozinha romântica que só agradou mesmo os fãs da banda até a morte, mas deixou bocejando aqueles que só deram o play para passar o tempo.

04. C'mon, C'mon: Uma das mais previsíveis faixas a se tornarem singles futuros, C'mon, C'mon não decepciona, mas também não surpreende. Se eu só lembro do refrão e relevo totalmente o resto da música, certamente não diria que é uma das minhas prediletas.

05. Last First Kiss: Resultado de um improvável encontro em estúdio entre Jake Bugg, Gary Barlow e Max Martin, Last First Kiss é a baladinha pop/rock de título contraditório que derreterá seu coração e o fará cantar ao ritmo da música em seu carro na ida ao trabalho como um fã da P!nk que está ouvindo So What pela primeira vez!

06. Heart Attack: AU! Certamente o quinteto fez algumas garotas terem um ataque do coração! Heart Attack é uma boa surpresa disfarçada de single top 20 numa nova produção de Rami Yacoub para o álbum, após uma nada memorável Live While We're Young. Vale o play!

07. Rock Me: Meu Deus, isto é Queen??? Morrendo mil vezes! Acho que ninguém ficou mais animado que eu quando o tímido sample de We Will Rock You começou a tocar! Definitivamente uma das minhas favoritas, e que realmente mostra um lado mais rock-n-roll da boyband!

08. Change My Mind: Balada adorável feita especialmente para derreter fãs apaixonadas. É quase uma Little Things 2.0, mas definitivamente não parecendo uma demo totalmente descartável e muito bem trabalhada!

09. I Would: A nona faixa é a nem um pouco modesta continuação da duvidosa I Want, do álbum anterior, que exige nada senão o melhor no quesito composição por Tom Fletcher e seus parceiros. Depois da rendição de Tom para com o grupo em I Would, você é até capaz de perdoá-lo por ter oferecido anteriormente algo tão mediano de seu repertório não usado. Mas antes o One Direction não era o que é hoje, não é mesmo?

10. Over Again: O clima agitadinho de I Would é seguido pela melancolia já clássica de Ed Sheeran em um tipo de balada já tão típico do One Direction. Over Again é facilmente associada à Same Mistakes, do primeiro álbum, e apesar de ainda ser uma coisinha, não traz aquela sonoridade poderosa que sempre espero de canções do gênero.

11. Back for You: Todo álbum tem sua filler, e Back for You ocupa claramente este cargo em Take Me Home. Mas mesmo sendo totalmente descartável, não quer dizer que não tenha lá seus momentos.

12. They Don't Know About Us: Definitivamente a melhor faixa no álbum, They Don't Know About Us é uma sincera homenagem da banda a suas dedicadas fãs: 'They don't know about the up all nights/ They don't know I've waited all my life'. Começa ao som de um leve e promissor piano que culmina numa faixa down-tempo de dar inveja a bandas de pop/rock que estão há muito mais tempo no mercado.

13. Summer Love: Amores de verão... Nunca duram mais que a estação. E é sobre isto que a última faixa do disco trata. Com vocais verdadeiramente redentores do integrante Niall e um encerramento épico, Summer Love fecha o álbum com chave de ouro.

14. She's Not Afraid: Quem curte um sonzinho rápido e sem pretensões vai amar esta, mas quem está procurando por um lado mais sentimental dos garotos após o término intimista da edição Standard só vai torcer o nariz e pular para a próxima.

15. Loved You First: Dentre as faixas bônus Loved You First é certamente aquela que mais se destaca, apesar de ser facilmente classificada como uma B-Side e ser uma típica album filler, repetindo tudo o que já cansamos de ouvir em faixas como More Than This e Summer Love.

16. Nobody Compares: Aqui o clima etéreo criado por Summer Love, previamente abalado pelas duas faixas anteriores, já deixa de existir. Nobody Compares é uma faixa pop/rock como muitas das outras do repertório da banda, e este é justamente o seu problema: não trazer nada de novo, tanto sonora quanto liricamente.

17. Still the One: Se Nobody Compares era uma síntese do que ouvimos nos dois álbuns, Still the One é a reprise genérica e mais que conclusiva de ambos. Facilmente descartável, e dificilmente lembrada cinco segundos após seu término.

Take Me Home me fez morder a língua e assumir que os garotos do One Direction não são simplesmente produtos saídos do The X Factor a serem vendidos para saciar os sonhos adolescentes de garotas tão acostumadas aos romances fantasiosos de Jane Austen e Stephenie Meyer. Todos tem vozes únicas e distintas que contribuíram para tornar o disco a promessa de uma safra de muitos outros vindos de uma banda duradoura. Então, vamos acabar com os pré-conceitos inseridos aqui e simplesmente apreciar boa música, não ligando para as etiquetas que a sociedade infringe em nós? Não existe música para o gênero feminino ou masculino, mas sim para atender às nossas exigências pessoais.
E, depois desta, claramente qualquer um vai querer 'levá-los para casa'!

NOVO: Ouça o álbum na íntegra!