(Review) Ke$ha está mais uma vez pronta para a luta em 'Warrior'!

 

Entre um dos grandes retornos do ano não podemos esquecer de Ke$ha, a americana que explodiu em 2009 com o contagiante hit TiK ToK, vocês se lembram? A cantora, que desde o início de sua carreira foi alvo de críticas pelo seu talento vocal e criativo, volta com o objetivo de contrariar todos os seus opositores com Warrior, o segundo álbum de sua carreira, que dá continuidade à jornada iniciada com o multi-platinado Animal e o EP Cannibal, ambos do ano de 2010. Além de tudo, a cantora diz ter passado por inúmeras experiências espirituais que a motivaram neste novo trabalho, anunciando-o como uma reinvenção do pop e uma prova de amor aos ídolos do rock que a mesma admira desde a infância. O álbum precedido pelos singles Die Young e C'mon foi lançado no dia 4, e você pode saber mais um pouco sobre essa divertida aventura logo abaixo:

01. Warrior: A faixa título é o grande hino que serve como perfeita introdução ao contexto do disco: "Este é o nosso tempo, nossa geração, e nós estamos impacientes (...) Vocês estão prontos para lutar?". Com a influência do tão popular dubstep, Warrior é uma das grandes candidatas à single e uma das melhores no novo repertório.

02. Die Young: O primeiro single do álbum foi lançado há alguns meses sob muita expectativa e, não posso mentir, me decepcionei quando o ouvi pela primeira vez. Die Young é uma faixa que lembra muito Good Feeling, do Flo Rida, Hungover, do Taio Cruz e You'll Be Mine, da Havana Brown, e de início pensei que fosse somente mais um hit reciclado para as rádios. Mas com o tempo acabei me acostumando. Afinal, quem não se rende perante esse refrão super grudento?
            

03. C'mon: Lançada inicialmente como single promocional e mais tarde anunciada como a segunda música de trabalho do álbum, C'mon é o tipo de faixa puramente comercial feita para agradar à nova geração de fãs do pop, mas é tão simples e contagiante que não dá para ignorar! Em alguns momentos até lembra a inesquecível TiK ToK!

04. Thinking of You: Marcando a primeira aparição do rock no álbum, não há razões concretas para se gostar de Thinking of You, que apesar da letra bobinha é até até sonoramente divertida. Mas posso dizer que esta é, particularmente, a mais grudenta!

05. Crazy Kids: A própria cantora definiu a quinta música como a We R Who We R do Warrior. Não acredito que o motivo seja a sonoridade, mas sim o lirismo, que fala sobre sermos "crianças loucas" e "não darmos a mínima". A faixa se inicia com um assobio à là Whistle (Flo Rida), e surpreende com rimas no refrão que remetem ao hit Like A G6, do Far East Movement. Alguma dúvida de que será um futuro single?

06. Wherever You Are: A sexta faixa do álbum poderia ser definida como uma balada se não fosse o seu refrão dançante e extremamente auto-tunado que imediatamente a torna um dos highlights do disco. Aqui Ke$ha mostra-se a romântica que no fundo é e canta sobre um alguém que, mesmo longe, não sairá do seu pensamento.

07. Dirty Love (feat. Iggy Pop): Tudo bem que a Ke$ha prometeu demais quando disse que lançaria um disco voltado ao rock, uma sonoridade bem diferente dos eletrônicos álbuns anteriores, mas a verdade é que são poucas as faixas que de fato executam a ideia, e Dirty Love é um consolo aos fãs que esperavam um álbum com essas características. A participação do Iggy Pop foi essencial para torná-la um pouco mais consistente, mas isso não significa que a promessa foi cumprida.

08. Wonderland: Apesar de parecer meio perdida em meio ao resto do álbum, Wonderland é uma faixa que não poderia faltar em Warrior. Nada de sintetizadores ou batidas enlouquecedoras, somente uma letra bem minimalista e vocais bem limpos, Wonderland canta sobre encontrar "o caminho de volta para o país das maravilhas". Grande metáfora para sentir falta dos tempos de adolescente inconsequente.

09. Only Wanna Dance With You: A nona faixa do Warrior traz uma sonoridade que lembra bastante aquele rock popularizado por bandas como os Strokes, e acaba até trazendo a participação de dois integrantes da mesma: Fabrizio Moretti na bateria, e alguns versos-relâmpago interpretados pelo Julian Casablancas. É impossível resistir ao lirismo tão despreocupado e aos arranjos divertidos e realmente dançantes!

10. Supernatural: Supernatural é uma ótima faixa, embora salve o melhor apenas para o final. Ainda assim, esta é a favorita da maioria, e, claro, um single declarado. Vale lembrar que Ke$ha escreveu essa canção inspirada em uma suposta relação sexual com um fantasma. Legal, não?

11. All That Matters (The Beautiful Life): Quando vi a tracklist do álbum logo pensei que All That Matters seria uma daquelas baladas fillers de encerrar CD, e, ainda bem, estava muito enganado! A penúltima faixa da versão Standard é tão dançante quanto as outras e traz aquela mesma letra clichê sobre "aproveitar a vida e esquecer dos problemas".

12. Love Into The Light: A eletrônica última balada da edição Standard não deixa dúvidas de que não havia faixa melhor para encerrar o disco! Love Into The Light é uma canção meio cósmica repleta de sintetizadores, com a mensagem de amar a si e aos outros mesmo com todos os defeitos e problemas. Afinal, o maior desafio da vida talvez seja aprender a conviver com os nossos erros e dilemas sem tentar nos deixar levar pelo pensamento dos outros.

Apesar de ter prometido demais ao anunciar um álbum que mudaria a música pop, não podemos negar que Ke$ha lançou um dos melhores discos do ano! Aqui ela pôde mostrar um pouco mais da sua personalidade um tanto exótica e polêmica ao tentar provar que não é somente um produto de sua gravadora e que não precisa se vender às tendências para fazer sucesso, porque é capaz de criar a sua própria maneira de ser uma grande diva pop, mesmo não fazendo nada muito diferente do que a mesma já fez há dois anos atrás. Warrior não é o tipo de álbum que precisa trazer mensagens profundas ou ser aclamado pela crítica para ser um álbum de sucesso, até porque o objetivo aqui é simplesmente nos motivar a aproveitar a vida e esquecer até mesmo os maiores problemas nem que seja por apenas alguns minutos. É uma luta que vale à pena, e a própria cantora deixa bem claro que podemos escolher se queremos segui-la nesta batalha ou não. Eu já fiz a minha escolha! E vocês?