Sylvia Day - Toda Sua (Crossfire #1)

Toda SuaEditora: Paralela
Nº de Páginas: 280
Ano: 2012
Avaliação: 
Eva Tramell tem 24 anos e acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade dos Estados Unidos. Tudo parece correr de acordo com o plano, até que ela conhece o jovem bilionário Gideon Cross, o homem mais sexy que ela - e provavelmente qualquer pessoa - já viu. Gideon imediatamente se interessa por Eva, que faz tudo o que consegue para resistir à tentação. Mas ele é lindo, forte, rico, bem-sucedido, poderoso e sempre consegue o que quer - Eva acaba se entregando. Uma relação intensa começa. O sexo é considerado por eles como incrível. Capaz de levar ambos os dois a extremos a que jamais tinham chegado. E, então, eles se apaixonam - o que pode ser tanto a chave para um futuro feliz quanto a faísca que trará de volta os traumas do passado.

'Ele me possuiu e eu fiquei obcecada'
'Até melhor que a trilogia Cinquenta Tons de Cinza!'
'Campeão de vendas do The New York Times!'

Depois de tamanha propaganda, e numa carência de romances eróticos à altura de Cinquenta, é claro que qualquer fã da picante trilogia da britânica E.L. James ficaria eufórico com este lançamento em particular. Erotismo é o novo Vampirismo, e Toda Sua será apenas o primeiro livro a ser vendido como 'ainda mais chocante', 'ainda mais sensual', 'ainda mais envolvente', 'ainda mais tudo', que a série que com, infelizmente, a própria Sylvia Day resolveu criar uma confrontação.
A trilogia Crossfire foca-se em Eva Tramell, uma mulher de 24 anos ascendendo em sua carreira no ramo publicitário e que acaba de conseguir o emprego dos sonhos numa das maiores agências do país. Publicidade é uma área que me interessa e está cotada como um dos meus possíveis cursos futuros, então ponto para o livro. Devido a traumas passados, Eva é uma pessoa bem pragmática e que detesta fugir aos planos. Mas seus duros conceitos estão prestes a mudar quando ela conhece Gideon Cross, o convencido e dominante bilionário que demonstra interesse em passar das preliminares e ir direto para a cama. Hum... Já vi isso em algum lugar. Eva, como toda mulher embasbacada com o moreno alto de olhos claros e misterioso, não resiste e entrega-se, dando início a uma relação sem compromisso e com um incrível sexo consensual que leva ambos os envolvidos aos extremos da loucura. Também nada inédito. Eventualmente, o casal começa a se apaixonar  até aqui nenhuma novidade – o que pode ser o início de um futuro brilhante... Ou a abertura de comportas de memórias dolorosas. Estou realmente lendo um novo livro?
Neste instante vocês já perceberam que meu ponto é, criando parâmetros justos, uma vez que a comparação não é restringida tanto pela autora quanto pela mídia, afirmar que Crossfire geralmente utiliza, senão completamente, da mesma fórmula de sucesso da trilogia mais famosa.
Uma mulher que está iniciando seu futuro no mercado de trabalho, que vive com o melhor amigo, e apaixona-se por um homem rico, bonito, perturbado e com um impulso incontrolável de controlar tudo e todos a seu redor, não é exatamente algo original, concordam? Na verdade, quem vê as coisas dessa forma pode muito bem aplicar o enredo a ambas as novelas. E coincidência criativa não justifica os fatos dessa vez. Chequei as datas de lançamento, e Toda Sua vem depois. De forma alguma afirmo que é um plágio!! Isso seria radical demais!! Mas é inegável a clara fonte de inspiração da autora, que, tentando se sobressair no gênero que é febre no momento, acabou realizando algo... Semelhante até demais à Cinquenta Tons de Cinza.
Por tal semelhança, e por ambos os amantes terem traumas tão terríveis, esperaria-se então um desenvolvimento psicológico desses personagens; a constante busca para exorcizar tais demônios. Mas, incrivelmente, parece que todos os problemas do livro são resolvidos com sexo!! O que, infelizmente, é o único ponto positivo (além do enfoque na publicidade, o que não deve sequer ser levado em conta).
Mesmo assim, dei três estrelinhas por ser sim um livro bem escrito e 'sujo' (neste quesito, tem realmente algo a mais que Cinquenta Tons, rsrs) e não duvido que a autora possa realmente inovar o gênero nos volumes seguintes a este, mas, sem querer polemizar, prefiro o perturbado Christian Grey e a ingênua Anastasia Steele aos consensuais Gideon Cross e Eva Tramell.
Dando uma de publicitário, rsrs, que sirva de exemplo para demais autores e editoras: comparar um novo livro a um conhecido sucesso é auto-destruição de campanha, antes mesmo do lançamento.