Matthew Quick - O Lado Bom da Vida

O Lado Bom da VidaEditora: Intrínseca
Nº de Páginas: 256
Ano: 2013
Avaliação: 
Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas "alguns meses" lá, ele não se lembra do que parar naquele lugar. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.


Nunca consigo citar os verdadeiros motivos que me levam a ler um livro. Às vezes é pura cisma. Às vezes é pela capa. Às vezes são as ações do destino que, ~momento filosófico~, nos levam a ler uma obra específica, mas desta vez admito que, 1) É CLARO que li este livro pelo filme, que é um dos queridinhos do Oscar este ano, e 2) É CLARO que o filme me chamou a atenção inicialmente por trazer a Jennifer Lawrence, Katniss Everdeen da franquia Jogos Vorazes, como protagonista.
Matthew Quick? Nunca tinha ouvido falar. Seu livro de estreia? Muito menos ainda! E É CLARO que comecei o livro sem qualquer embasamento, excluindo o fato de ter visto um Hollywood One on One na TNT sobre a adaptação cinematográfica, mas isto não conta!! Rsrs...
O Lado Bom da Vida (ou Silver Linings Playbook no original; quem sabe o real significado por trás do título em inglês, me diga nos comentários, porque não consegui encontrar melhor tradução que Guia para Finais Felizes) conta a história de vida de Pat Peoples, ex-professor de História em seus trinta anos que acaba de sair de uma instituição psiquiátrica em que esteve nos últimos quatro anos (que para ele na verdade pareceram meros meses), por um motivo do qual não se lembra, mas que certamente fez sua mulher, Nikki, exigir um "tempo separados". Neste significativo intervalo de tempo, muitas coisas mudaram na vida cotidiana de Pat, e a saída do "lugar ruim" é só o começo de um lento processo de reintrodução ao mundo.
Para lidar com a ilusória expectativa de se reencontrar com Nikki e a indiferença do pai, Pat torna-se um viciado em atividades físicas e um homem determinado a ser mais sensível e fazer coisas boas, o que, segundo sua mente conturbada, fará a amada voltar para ele. Pat acredita que sua vida é um filme: ele passará por alguns altos e baixos, como os heróis das telas, e, no fim, terá seu tão cobiçado final feliz. Mas o que ele não sabe é que a vida pode ser imprevisível, e te apresentar um fim totalmente diferente do esperado!!
Em algum momento da narrativa, Pat conhece uma mulher quase tão louca como ele, que passa a segui-lo em suas corridas cronometradas e a exigir uma maior aproximação entre ambos. E quem tem a doce ilusão de que o enfoque do livro é romântico, está pressentindo que rumo esta resenha vai tomar e ainda quer conhecer a história, é melhor parar por aqui!! Rsrs.
O autor está muito mais preocupado com o desenvolvimento psicológico de seu incomum herói, e a verdade é que Tiffany, a personagem da Jennifer Lawrence no filme, está em segundo, terceiro, quarto plano! O Lado Bom da Vida é um livro sobre um homem com sérios problemas sociais após ter passado por um trauma envolvendo a ex-mulher no passado (trauma que convenientemente bloqueou da memória), e que, através de sessões de terapia com um torcedor dos Eagles mais fanático que o mesmo, tenta colocar a vida de volta nos trilhos e sair do porão dos pais.
Por isso, admito que me decepcionei um pouco sim. Chega a um ponto no livro que você não consegue mais ouvir falar dos Eagles! É Eagles pra cá, Eagles pra lá... "E-A-G-L-E-S, Eagles! Voem, Birds, voem para a vitória!"
Nunca assisti a uma única partida de futebol americano e já tenho ainda mais antipatia que do futebol convencional!! Rsrs. Ainda assim, nada disso significa que O Lado Bom da Vida foi uma leitura necessariamente ruim, mas o que quero dizer é que poderia ter passado facilmente sem ela. Ao menos aprendi minha lição: nada de ler livros só porque saiu um filme a respeito!! Rsrs...
E apenas uma curiosidade: o Pat me remeteu ao Charlie, protagonista de As Vantagens de Ser Invisível, que, estranhamente, amei!