Jay Asher - Os 13 Porquês

Os 13 porquês
Título: Os 13 Porquês
Autor(a): Jay Asher
Editora: Ática
Gênero: Suspense
Nº de Páginas: 256
Ano: 2009
Avaliação: 
Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

Os 13 Porquês nunca foi um título que me chamou a atenção antes deste ano. Perdi a conta das vezes que já me deparei com ele internet afora, e nunca sequer tive a curiosidade de ler a sinopse ou dar aquela pesquisadinha básica sobre o autor no Google. O que é irônico, porque fiz essas duas coisas com O Futuro de Nós Dois, outro livro do Jay Asher (em parceria com uma tal de Carolyn Mackler), e descobri que Os 13 Porquês é desse mesmo autor! Rs. Só então deixei essa birra velada de lado, e, como gosto de ler livros lançados por um mesmo autor na ordem cronológica, decidi dar uma folheada em Os 13 Porquês antes de cair matando no verdadeiro pote de doces!
"Mas não dá para fugir de si mesmo. Não dá para tomar a decisão de deixar de se ver para sempre. Não dá para tomar a decisão de desligar aquele ruído dentro da sua cabeça."
O livro em si não é tão complexo como eu pensei que fosse. É a simples história de Hannah Baker, uma adolescente que cansou de ser usada e mal-compreendida pelos outros e decide se matar. Mas antes, ela faz uma série de gravações em sete fitas-cassetes (aquelas antigas, que tinham um lado "A" e um lado "B"), com as treze razões que a levaram a cometer suicídio. Por algum motivo desconhecido, as tais fitas chegam às mãos de Clay Jensen, o último garoto com quem Hannah se envolveu romanticamente, e aparentemente um dos culpados por sua morte. A princípio, Clay fica confuso sobre sua parcela de culpa naquilo, sendo que nunca fez nada de mal para ela, mas à medida que os relatos de Hannah avançam, ele aprende que não é preciso necessariamente querer para se tornar parte da ruína de alguém. Quando o Clay colocar as incriminadoras fitas para tocar, desista, porque você não vai conseguir desgrudar do livro até terminá-lo!
"Você não pode interromper o futuro, nem modificar o passado. O único jeito de descobrir este segredo é apertando o play."
Assim com o protagonista, você quer entender o envolvimento dele naquilo, e a narrativa de Hannah é inebriante demais para ser ignorada! O enredo é muito bem construído, com o passado e o presente se alternando a todo tempo, de forma que, em certo ponto, você até esquece que Hannah está morta e sua onipresente voz na verdade vêm de um toca-fitas antiquado! Talvez por isto - e a animação crescente que tomava conta de mim à medida que as páginas voavam - eu tomei um baita banho de água fria no final! Com o ritmo tenso da leitura, eu esperava um fim no mínimo chocante, daqueles que te deixam sem fala por minutos a fio! E tudo que ganhei foi um insatisfatório anti-clímax, que me fez querer apertar o pescoço do autor por ter me feito chegar até aquele ponto por nada!! Para mim, isso fez o livro perder grande parte de sua graça... Espero que, em O Futuro de Nós Dois, a experiência seja um pouco mais diferente.