Paradise Tour em Belo Horizonte: A noite em que eu toquei a Lana Del Rey


Para variar, hoje vim aqui falar de algo que não tem nada a ver com livros! Ontem, dia 07/11/13, fui ao show de uma de minhas cantoras prediletas, a americana com fortes referências à filmes noir e visual vintage, Lana Del Rey (nascida Elizabeth Woolridge Grant). Atualmente a maioria conhece a Lana por sucessos como Ride e Summertime Sadness (aquela versão remix tenebrosa que o Cedric Gervaix fez), mas eu já a acompanhava desde antes do álbum Born to Die ter sido lançado, quando o single Video Games era apenas um viral na internet e Lana Del Rey era apenas mais um nome curioso que poderia dar muito certo ou muito errado. Muitos provavelmente não sabem, mas ela já tinha lançado um disco anteriormente em 2010, que infelizmente não deu certo, e a escondeu do estrelato até seu segundo CD Born to Die e o EP Paradise, ambos estrondosos sucessos mundiais.
Quem acompanha minhas postagens desde 2011 certamente se lembra do Álbum da Semana: coluna semanal em que, a cada edição, um novo álbum era resenhado, e Lana garantiu sua presença duas vezes, sendo muito elogiada por um ouvinte cansado da bagaceira que se tornaram as rádios e faminto por música mais consistente e com teor clássico. Lana era/é isso e muito mais! Com referências ao cinema cult das décadas de 1950 e 1960 e a atores consagrados como James Dean e Marilyn Monroe, Lizzie Grant criou uma personagem que instigou milhões de pessoas a comprarem os verdadeiros oásis musicais que são seus álbuns, e ainda provou que pode sim ser tão bem sucedida quanto outros artistas mais comerciais do gênero.
Quando foi anunciado que Lana viria ao Brasil NUNCA pensei que uma das datas seria em Belo Horizonte! E não fiquei sabendo até o último minuto, de tão desligado que sou! Rs. Eu estava "de boas" no Facebook quando surge um post do Tickets 4 Fun anunciando que o show de BH já estava no 3º lote, e praticamente implorei de joelhos minha mãe pra me dar este presente!! Depois de ter perdido Avril, Rihanna e Demi Lovato eu não deixaria passar Lana!! Era o primeiro concerto internacional ao qual eu ia, então realmente não sabia o que esperar. É claro que haveria loucura, empurrões e gritaria, mas não sabia que seria taaanto... Já chego lá! Rs.
Saí de Ponte Nova cinco da manhã e, após um exame de praxe numa clínica ali perto, entrei na fila do Chevrolet Hall às 14:30. Eu já esperava que estivesse enorme, e realmente estava quase na metade do quarteirão. E isto porque o show era às 21:00, hein!? Em meio a revezamentos com minha mãe para ir ao banheiro e lanchar (eu fiquei na casa da minha tia, que mora no Sion, ali pertinho também), conheci diversos fãs legais e tão animados quanto eu!! Infelizmente nem me lembro de nomes, mas não vou esquecer nunca as horas a fio passadas na chuva para ter uma mínima chance de ficar na grade no fim! Rs. E o tédio, gente? Eu queria ouvir música no iPod, mas não podia porque a bateria já estava na metade e eu queria filmar o show. Fiquei lá parado, de pé a tarde inteirinha, ficando molhado até a alma e mais insuportavelmente ansioso conforme as horas lentamente passavam.
DO NADA, todos na minha frente começaram a correr!! Adeus, fila! Era cada um por si. Acabei me separando das pessoas com quem tinha socializado, e fiquei desesperado para entrar no estádio, até porque já tinha se formado uma muvuca na frente dos portões, e ninguém conseguia sequer se mexer. Isso enquanto a chuva despencava. Depois de séculos naquele vai-não-vai, consegui passar pelos seguranças. Um deles inclusive foi quase derrubado pela multidão ensandecida. Parecia show da Rihanna de tanto Fenty que tinha! ¬¬
Quando entrei no Chevrolet já tinham umas duas massas de pessoas na grade. Corri em meio ao povo que entrava e fiquei na terceira fileira de pessoas. À medida que mais chegavam, acabei sendo empurrado pra trás, e devo ter ficado na quinta, sexta. O povo é sem educação mesmo! Levou um século até a banda que abriu a apresentação, Silva (who?), terminasse com sua setlist. Eu até gostei dos caras, sabem? Mas na ansiedade você só quer ver a Lana logo! Rs. Finalmente, quando ela entrou, foi um caos só! Vocês não tem noção... Empurra pra lá, empurra pra cá, "encoxa" um, "encoxa" outro, berra, xinga, chuta, pisa... Fizeram isto tudo comigo, e claro que não deixei barato, né? Lindo e molhado consegui voltar à posição de antes na terceira fila. Só que quase a dois metros de onde estava inicialmente. A massa de gente era igual o mar. Te arrastava pra longe sem você sequer perceber. Rolavam até umas ondas, sério! Rs.
Lana entrou majestosamente. Quase senti o cheiro de Pepsi Cola. Primeiro só com a voz, em seguida em carne e osso. Eu até quis upar os vídeos que fiz no meu novo canal no YouTube, mas a qualidade ficou péssima, então nem compensa! Gravei com o iPod, e consegui pegar quase tudo que queria, mas tem momentos em que a câmera entorta, fica de cabeça pra baixo, treme... Não dava nem pra mexer os braços ou respirar, e eu quis gravar ainda... Fazer o quê, né? Ao menos achei na internet este vídeo em boa qualidade de Summertime Sadness:



Eu devia estar do lado deste cara, porque minha visão da Lana era exatamente a mesma! E quando ela apresentou Young and Beautiful, da trilha de The Great Gatsby, olhou diretamente para mim! Eu estava igual um louco tentando chamar a atenção dela no palco, pulando, gritando I will quando ela cantava Will you still love me when I'm no longer young and beautiful? e fazendo coração com as duas mãos, e ela olhou diretamente pra mim, sorriu e a gente cantou todo um verso olho no olho!! Juro por minha vida! Só lamento não ter conseguido tirar uma foto ou uma casquinha maior dela!! Porque ouvi que ela deu selinho em todos os fãs que pediram! :(



Como eu estava mais afastado do palco do que quem estava na grade, foi um terror esticar o braço até lá quando ela desceu para cumprimentar alguns fãs e ser fotografada com eles. Mas estendendo meu braço assiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim, consegui encostar no ombro da Lana Del Rey!!! HOLY JESUS!!!


No fim do show, quando ela saiu do palco após ter cantado National Anthem, eu pude enfim tirar uma pressão real que estava em meu peito. Naquele calor abafado, era impossível respirar, e acabei ficando ensopado de suor meu e dos outros (E-C-A). Fui andando na chuva mesmo, cambaleando, as pernas doendo por ter ficado em pé o dia todo (ainda estão), e tomei um banho daqueles quando cheguei na casa da minha tia, revivendo logo todos os momentos maravilhosos do show!! Para mim, o melhor foi quando ela cantou Body Electric. Não é sequer uma das minhas favoritas, mas você podia sentir uma energia tangível vindo dela e do público ao redor quando a canção explodia no refrão. Eu quase entrei em transe, sério!!
Este foi o relato de um fã enlouquecido que foi a um show hiper lotado, suado e lindo de Elizabeth Woolridge Grant, uma das mulheres mais lindas desta Terra, e dona de uma voz perfeita. Obrigado, mamis, pelo presente inesquecível!

Keep calm and cai na cama. Agora vou dormir pelo resto da eternidade...