Resenha de Filme - Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos

Diretor: Harald Zwart
Roteirista: Jessica Postigo
Gênero: Ação, Fantasia
Elenco: Lily Collins, Jamie Campbell Bower, Robert Sheehan, Kevin Zegers, Jemima West, Lena Headey, Aidan Turner
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 2h10min
Nacionalidade: EUA, Alemanha
Clary Fray (Lilly Collins) presenciou um misterioso assassinato, mas ela não sabe o que fazer porque o corpo da vítima sumiu e parece que ninguém viu os envolvidos no crime. Para piorar a situação, sua mãe desapareceu sem deixar vestígios e agora ela precisa sair em busca dela em uma Nova Iorque diferente, repleta de demônios, magos, fadas, lobisomens, entre outros grupos igualmente fantásticos. Para ajudá-la, Fray conta com os amigos Simon (Robert Sheehan) e o caçador de demônios Jace Wayland (Jamie Campbell Bower), mas acaba se envolvendo também em uma complicada paixão.

Enquanto todos à minha volta eram fanáticos com Os Instrumentos Mortais, a série infanto-juvenil de Cassandra Clare que virou uma febre em todo o mundo, eu sempre a encarei como algo normal. Os dois livros que li não trazem um pingo de novidade se comparados a outros livros de fantasia, mas são divertidos de ler, e por isso não desisti dos restantes ainda. Mas é evidente que não sou um fã, e não pretendo terminar a "trilogia de seis" tão cedo, pois levei um tempo considerável para ler Cidade das Cinzas depois de Cidade dos Ossos. Se não me engano, mais de dois anos. Enfim. Achando a série não muito diferente de tudo o mais que está em minha estante, é claro que não fiquei exatamente ansioso para conferir o filme, embora, é claro, eu fosse assisti-lo de um jeito ou de outro mais tarde! Rs.
Como era de se esperar, todos os traços levemente adolescentes de Cidade dos Ossos no filme são os destaques. Esse roteiro fácil, de frases de efeito que já vimos em outras películas e com cenas pitorescas que parecem saídas de um filme do Disney Channel entretém o espectador que está ali para ver e não criticar, mas, como era de se esperar, deixa uma pulga atrás da orelha de quem leu ao menos o primeiro livro. Particularmente, para mim tudo corria razoavelmente bem até a metade do filme. Pequenas mudanças em adaptações cinematográficas são necessárias, mesmo que às vezes sejam cronológicas, mas roteiristas, diretores, produtores, quem quer que esteja no comando, ao adaptar um livro, por favor, não sigam pelo famigerado "caminho fácil".
Nenhum roteiro de adaptação é perfeito aos olhos do leitor, mas Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos estava até mesmo aceitável, quando, do nada, começa a parecer que as mentes por trás daquilo tudo ficaram simplesmente com "preguiça" e decidiram resumir metade do livro numa única sequência de cenas desconexa, que é o gancho para capturar a atenção do telespectador, mas acaba se tornando uma grande piada. Eu devia saber que nada de bom estava vindo depois de uma das músicas temas, Heart by Heart da Demi Lovato, ter tocado no exato instante em que os dois pombinhos do filme se beijam.
Valentim (no filme) é simplesmente um dos piores vilões aos quais tive o desprazer de assistir. No livro ele é equilibrado (tem uma cabeleira prateada, vale ressaltar) e realmente inspira medo, enquanto no filme colocaram um cara moreno, musculoso e novo (!!!) para fazer papel de doido de pedra. Valentim é doido de pedra, mas não é exatamente teatral, não é mesmo? O estúdio também parece ter decidido cortar gastos, pois toda a verdadeira ação da adaptação se desenrola no Instituto, quando no livro temos locações diferentes e tempo suficiente para o leitor assimilar as informações jogadas em sua cara.
E cá entre nós, leitores... Não vou nem comentar aquela cena em que Hodge dá à Valentim um plano "brilhante" para afastar Clary e Jace, né? Não é como se ninguém não soubesse agora quem está dizendo a mentira e quem está dizendo a verdade. Ah! E Jace... Você era mais legal na minha cabeça. Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos consegue de mim 30% de aprovação. As probabilidades são de que um segundo filme nem será feito, com o desempenho fraco do primeiro, e não tenho receio em admitir que não estou exatamente triste com a notícia.
E vocês? O que acharam?