Debatendo: Assédio sexual nos livros (e na vida real)


Se você não é um completo alienado (ou alienada) e frequentou as redes sociais (como Facebook e Twitter) nos últimos dias, certamente se deparou com esta curiosa hashtag. O assédio sexual é um tema que infelizmente desponta na mídia vez ou outra, despertando antigos questionamentos sobre uma sociedade machista que, apesar de afirmar o contrário, sempre favorece o sexo masculino de um jeito ou de outro. Eu tenho um blog literário, mas sinto que não podia deixar de participar deste movimento. Afinal, nenhuma mulher merece ser nem física ou verbalmente atacada simplesmente por usar roupas um pouco mais provocativas, ou ser chamada de "vadia" por se relacionar com um número "X" de homens.
Afinal, a maioria dos homens não são condenados ou assediados por serem galinhas ou por usarem roupas que destacam seu físico impecável...
É revoltante pensar que é ainda necessário que o termo "feminismo" exista. Igualdade entre os sexos não devia ser sequer uma discussão. Pensando nisto, e como meu blog é literário (e eu tive que encontrar uma saída para mencionar a ação aqui sem parecer desconexo), selecionei três livros que li e que, porventura, esbarram no tema. Me esforcei para me lembrar de mais, mas nada veio à mente, então serão só três mesmo. Se quer evitar alguns spoilers leves, só passe os olhos pelas capas:

Toda Sua

Toda Sua é o primeiro livro de uma série erótica assinada pela americana Sylvia Day, que tem como protagonista Eva Tramell, que guarda para si mesma um passado sombrio de abusos sofridos quando ainda era criança em sua própria casa. Qual foi o fim de Eva? Se tornou uma publicitária de sucesso e terminou com um homem que aparece em posição avantajada nas listas da Forbes. Pelo menos no mundo fictício.

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Belle

Belle é o título e também o nome da protagonista deste controverso romance de Lesley Pearse. A jornada de Belle começa com uma garota ainda inocente às intempéries da vida, que é arrancada de seu lar nos subúrbios de Londres e forçada a se tornar uma escrava sexual para continuar viva, independente do que isso signifique nas condições precárias e violentas que precisa diariamente superar. O desfecho? Mesmo que de um jeito cruel, Belle viaja pelo mundo e adquire experiências que levará para a vida toda. E, o mais importante: consegue voltar para casa e para o conforto de sua família... E do seu amado.

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A Canção do Súcubo

Georgina Kincaid é a heroína de A Canção do Súcubo, da Richelle Mead, e talvez a personagem mais extraordinária (sobrenaturalmente falando) desta limitada lista. Ela é um demônio Súcubo: garante sua energia vital através de relações sexuais com homens ou mulheres. Ou seja, literalmente "vive" de sexo. O que não impede que Georgina seja abusada, e pelo simples fato de ser uma mulher terrivelmente atraente. Me pergunto onde está a justiça nisso... De qualquer forma, Georgie vence os obstáculos e no fim consegue tudo o que sempre quis: se libertar das amarras do passado sombrio e viver sua desejada história de amor!

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O que eu quero dizer com este post ao relacionar o movimento com as representantes femininas destes três livros é: não importa o quanto alguns homens tentem rebaixar as mulheres e submetê-las a situações desumanas, elas sempre darão a volta por cima, porque são o verdadeiro sexo dominante. O que seriam de nós homens - gays ou héteros - sem elas? As mulheres são o alicerce desta sociedade, e está na hora de isto ser esclarecido para alguns, perdoem-me a palavra, idiotas, que pensam que a culpa do estupro deve ser atribuído à elas.
E é isso! Rs. Até o próximo post... o/