Editora: Ágape
Páginas: 320
Avaliação:
Amanda é uma jovem de 23 anos que foi criada pela avó materna, vivendo no RJ, e que passou a vida com uma grande lacuna em relação à lembrança dos pais. Sua tutora acaba de falecer, devido a um súbito câncer. Em seu testamento, a avó pede que Amanda encontre-se com a mãe e permaneça ao lado dela durante trinta dias antes que tome posse de sua herança. E, em homenagem à figura materna que a mesma representou, muito a contragosto, a neta obedece. Nesse reencontro turbulento, muitas coisas irão acontecer... Em choque, Amanda reencontrará sua mãe, anteriormente alcoólatra recuperada, e vivendo no pequeno município de São Lourenço com sua nova família. Profundamente magoada, a garota desejará saber por que nunca foi procurada por ela. E, para piorar, se apaixonará por um homem que poderá mudar todos os planos que ela havia traçado. (Adaptado do Skoob)
Como uma
ladainha, falo, repito e repriso: para gostar de um livro, é necessário apenas
curtir a leitura. Mas para amá-lo, é necessário identificar-se com ele e
mergulhar na historia. E foi nesse ponto que a obra me fisgou. Completamente.
Amanda está no fundo do poço. Após perder a avó, vê-se sozinha no mundo. Com um pai morto
e uma mãe ausente de sua vida há 18 anos, ela fica sem rumo. Até que o
testamento deixado por sua avó muda as direções do seu destino. Para herdar o
dinheiro (que viria a calhar, já que a moça está sem emprego), Amanda precisa
passar uma temporada na casa da mãe, pessoa que abomina por tê-la abandonado
cedo. Sem escolhas, ela embarca nessa aventura. Aventura que por sua vez toma rumos de proporções
inimagináveis a ponto de transformar a vida de Amanda de uma vez por todas!
E sem
pestanejar, já revelo: amei! Ok, sou um tanto quanto suspeita em falar, uma vez
que sou tarada por romances. Mas esse, devo admitir... foi único!
Listando as
qualidades, começo pelos personagens. E que personagens! Desde os principais
aos secundários, todos ganharam minha admiração. Nada clichês e muitas vezes engraçados, eles caíram
na minha graça. E o narrador em terceira pessoa colabora ainda mais para o aperfeiçoamento
e maior exploração do intimo destes, deixando-os nada superficiais.
Não posso esquecer-me
de ressaltar, também, a habilidade da autora na escrita. Uns errinhos à parte,
Lycia fez um belo trabalho. As paginas fluíram agradavelmente com a narração nada
cansativa. Os diálogos aproximam-se imensamente da realidade, dando-nos uma
imagem mais real da obra. E o senso de humor abundante no livro veio muito a
calhar!
Mas o que
me encantou (e já mencionei no inicio do texto) foi a identificação que a obra
me causou e creio que vai causar em
todos. Amanda sofre de problemas como solidão a todo momento e, cá entre nós,
quem nunca se sentiu sozinho? A maneira com esse sentimento é descrito faz-nos
refletir e lembrar-nos de experiências passadas, fazendo com que nos tornemos
mais íntimos da personagem ao dividir as mesmas angústias. Confesso que, ao
final da obra, senti-me amiga íntima de Amanda! O que tornou tão difícil virar
a última pagina. Por isso digo, com um gostinho de quero mais na boca: que
venha o segundo!
Ana Luísa