Dezenas de outros leitores batem nesta mesma tecla há já não sei quantos anos, e pode parecer um assunto já frívolo, mas aquele velho debate "livros versus e-books" ainda é um divisor de águas para muita gente. O Brasil nunca foi um país "leitor". Melhoramos muito nos últimos anos, e graças a séries pioneiras como Crepúsculo e Percy Jackson, que mostraram aos jovens que os livros não são algo propriamente chato. Mas a verdade é que estamos longe de nos equiparar às médias internacionais de leitura anual. As editoras capricham em seus produtos e abusam da criatividade para vendê-los, tanto que às vezes até mesmo superam, por exemplo, as colegas norte-americanas, mas o público de leitores nacionais ainda cresce lentamente.
Um dia chegamos lá, mas não vou me desviar da pauta principal... O grande problema, e que praticamente todos os editores que chegarem a ler este meu texto irão concordar, são os já leitores que decidiram, de alguma forma, não "expandir" a mente junto com a tecnologia. Povo, estamos no século XXI! As coisas mudam, irão mudar, e não há nada que vocês, amantes do "velho e confortável", possam fazer. É claro que um livro físico é ótimo para manuseio. E cheirá-lo pode trazer um prazer indescritível para pessoas como nós, e não pretendo abrir mão dos meus exemplares "reais" tão cedo, mas não vou nadar contra a correnteza, até mesmo porque é a coisa mais inútil a ser feita.
Se os celulares, televisores, computadores e carros evoluíram e continuam em crescente evolução, porque não também os livros? Esta é uma era maravilhosa, e devemos abraçar todos os aspectos (positivos) dela. Quem sabe no futuro talvez até existam e-Books com algum tipo de aroma falso de livro impresso? Isso resolveria o problema para vocês? Rs. Se temos praticamente o mundo na ponta dos dedos, é óbvio que o melhor ainda está por vir. Agora falando de mim, eu lia e-Books por falta de opção no passado. Não vou fazer o santo e afirmar que nunca li os famosos livros PDF traduzidos em comunidades do Orkut, porque sim, eu li, e ainda tenho uma pasta repleta deles, apesar de não usar, não por falso moralismo, mas por já está com a estante abarrotada mesmo, e sempre encarei os e-Books como uma tábua de salvação.
Sou um adolescente e não ganho meu próprio dinheiro. Tinha de arrumar outros meios, já que não é todo dia que posso entrar numa livraria para fazer compras e as editoras ainda não me tinham aberto as portas. Com o passar do tempo, acabei me acostumando, apesar da história estar embutida no brilho de uma tela, o que às vezes cansava a visão, e de não ter a mesma magia imaginária que encontramos num exemplar físico... Mas ainda eram histórias, e o impacto de ser arrebatado por um bom livro é sempre o mesmo, sendo ele um e-Book ou não.
Este ano ganhei um iPad, e estou inclusive viciado em fazer compras na iBookstore. Leitores digitais tem recursos inigualáveis, e apesar de eu sempre voltar correndo para o "bom e velho" às vezes, já não me vejo sem este lado da tecnologia nos dias de hoje. Então, você que crucifica este formato, pare! Por favor, pare. Não dá para saber se é bom até que você teste por si mesmo. Deixe de seguir a opinião alheia ou se ater às mesmas desculpas esfarrapas de sempre. É a dica que dou para esta quarta feira.
