Marina Carvalho: O Garoto da Mochila Xadrez

Resenha exclusiva!
*Futuro lançamento
Após um histórico de leituras frustradas, confesso ter perdido a motivação pela leitura. Cheguei ao ponto de achar que os romances, por mim tão amados, já não me cativavam mais. Afinal, era uma decepção livro após livro. Talvez por uma onda de azar, ou mesmo pura má vontade minha, não classificava bem as obras lidas. Se antes sentia remorso ao virar a última página dos livros, de repente comecei a sentir alívio: menos um livro ruim da minha lista de leituras tétricas que venho tendo ultimamente.
Mas de repente, sem aviso prévio, uma obra chegou (de maneira honrosa, só para constar) em minhas mãos. Daria uma chance a ela, por que não? Sim, eu estava desacreditada, mas antes pecar pelo o que fiz do que pelo o que deixei de fazer. E foi aí que decidi investir na leitura de “O Garoto da Mochila Xadrez”.
E bendito foi o momento em que pus as mãos nesse livro. No momento pelo qual passava, precisava apenas de um livro regular, que me motivasse e restaurasse minha confiança nos romances e na literatura em geral. Um livro regular, era só isso que eu clamava. O destino, porém, presenteou-me não com um livro. Presenteou-me com O livro.
Sem mais delongas, se ainda não está explicito, confirmo: O Garoto da Mochila Xadrez foi umas das melhores leituras do ano – para não dizer a melhor. Como já mencionei, a falta de fé me invadia quando comecei a leitura. Talvez por isso tenha achado o livro, em suas primeiras paginas (que fique claro!), meio que arrastado, com descrições longas e nada fluido. Acabei, pois, por não depositar minha confiança nele.
Meu erro crucial. Pois, quando me dei por mim, estava devorando cada palavra. Como uma mudança tão brusca ocorreu, eu não sei, mas sei que ela ocorreu e como! Afinal, não há como não se interessar pela a história de Rafaela. A menina de São Pedro dos Ferros, que cursa universidade de jornalismo (sua grande paixão) em Belo Horizonte, é agraciada com um estagio no maior jornal mineiro, a Folha de Minas. O que parecia uma oportunidade de ouro, porém, vem a se tornar uma causa de dor de cabeça. Seu mentor Bernardo, um competente jornalista investigativo, não é uma pessoa muito... Agradável. Ele não parece gostar da ideia de ter uma mera estagiária em sua cola e não faz questão de esconder isso da pobre garota. Mesmo se “odiando” mutuamente, os dois passam juntos por bons bocados, movimentando a historia o tempo todo.
É, exatamente isso. A história está, sim, em movimento constante. O que me surpreendeu, afinal, foram tantos romances parados que li ultimamente que acabei por taxar os romances como obras superficiais. Obrigada “Garoto”, por perceber o quão equivocada estava! A obra poderia ser descrita como um coquetel de emoções! Se em um momento estamos a roer as unhas de ansiedade e até medo, em outro estamos a dar pulinhos por cenas românticas e até “calientes”. De tirar o folego! Incrível, incrível, incrível!
Ah, e sem falar dos personagens! Que personagens! Confesso que, pela Rafaela, demorei a ganhar uma simpatia. Para mim ela era perfeita demais. Mas após conviver com as trapalhadas da garota fui logo percebendo que ela é humana afinal, ganhado muito minha aprovação. E tem o Bernardo... (suspiro). O Bernardo é simplesmente o Bernardo. Grosso, ambíguo, lindo, charmoso, talentoso... ok, não vou me empolgar demais, se não gasto umas boas duas páginas para descrever esse personagem rs.
Mais que ótimo, o livro é surpreendente! Após ultrapassar todas as minhas expectativas, ganhou também um lugar no meu coração. A autora, que estreio com louvor com sua primeira obra “Simplesmente Ana”, ganha minha admiração com esse novo livro e futuro sucesso.
Com o coração na mão ao ler a última frase, confesso que essa leitura não foi uma leitura qualquer. Irá ficar marcada em mim e, creio eu, em todos os leitores. Por isso recomendo a obra e classifico-a com a nota onze em dez!
Ana Luísa