Michael Grant - Praga (Gone #4)

Praga
Título: Praga
Autor(a): Michael Grant
Editora: Galera
Gênero: Distopia
Ano: 2013
Nº de Páginas: 392
Avaliação: 
O terror já se tornou parte da vida dos habitantes do LGAR. Eles sobreviveram à fome, às mentiras e ao mais completo caos. Agora parecem ter uma trégua. Caine foi exilado em uma ilha, e Drake, que voltou ainda mais cruel e doentio – e agora imortal –, está preso. Mas, no LGAR, os problemas não somem assim tão facilmente. Enquanto a água acaba e a sede se torna insuportável, uma gripe fatal e contagiosa se espalha por Praia Perdida. E na floresta, um parasita transmitido pelas cobras voadoras dá origem a insetos malignos, gigantes e predadores que aterrorizam os habitantes do LGAR.

Gone de Michael Grant é um dos meus livros favoritos de todos os tempos, e um dos melhores - senão o melhor - exemplos de distopia da atualidade. Se você conhece Sob a Redoma, de Stephen King, o enredo da série não lhe será nada estranho, embora o primeiro volume tenho sido publicado antes da obra do mestre do horror. A história ambienta-se em Praia Perdida, uma cidadezinha californiana (se não estou enganado), em que coisas estranhas começam a acontecer, a começar pelo sumiço de todos os adultos, o surgimento de uma barreira que isola a região do resto do mundo, como um impenetrável casulo, e estranhos poderes que algumas crianças começam a desenvolver. Nos livros anteriores, Gone, Fome e Mentiras o autor (literalmente) jogou seus personagens aos lobos, fazendo-os passar por situações extremas e abalando a frágil sociedade que conseguiram, com afinco, construir.
E mesmo contra todas as possibilidades, as crianças conseguiram vencer temporariamente o vilão, a Escuridão, e como acontece após cada grande conflito no LGAR (Lugar da Galera da Área Radioativa, apelido que deram à estranha situação), Sam e seus amigos precisam cuidar dos danos pós-batalha, o que se torna ainda mais difícil quando eles têm um problema de água, e uma gripe assoladora começa a tomar conta da jovem população, fazendo os infectados por ela tossir até os bofes para fora. Prevendo que em breve as pessoas morrerão de sede caso algo não seja feito, Sam reúne alguns dos melhores e sai numa missão em busca do precioso bem. O que ele não sabe é que isto abrirá uma brecha para todo tipo de mal atuar em Praia Perdida, colocando todos em mortal perigo.
Sendo econômico mas extremamente sincero, Gone é um livro perfeito. Fome segue a mesma linha, o que é incrível, já que sequências tendem a decair em qualidade. Mentiras não é tão genial quanto os dois primeiros, mas ainda assim é um baita livro. Com os três primeiros da série sempre mantendo os padrões elevados, não poderia deixar de esperar que Praga fosse igual, ou até mesmo superasse as expectativas. Infelizmente, nenhuma das duas coisas aconteceu, e vou explicar o motivo: eu senti que o autor estava dando aquela enroladinha básica, inventando uma gripe e outras dezenas de sub-problemas para acrescentar mais um volume à coleção. Mas, mesmo com algumas pequenas falhas, Praga é um volume decisivo na série, ainda que seja o que eu menos gostei até o momento.
Não querendo ser interpretado de maneira errada, o livro é realmente ótimo! Os personagens estão distantes um do outro, o que faz a narrativa ficar mais subdivida ainda, e os segredos desse intrigante LGAR parecem nunca parar de pipocar, mas apesar de tudo isto Praga não é Gone, entendem? E se eu já não gostava da Astrid antes, agora tenho ódio dela! Rs. Mas tenho esperanças de que, até o sexto livro, eu finalmente a enxergue por outro ângulo... Ou que o Sam deixe de ser idiota e esqueça aquela chata logo! Por enquanto, vou esperar por Lies e Light.